Sobre a Olimpíada Catarinense de Química - OCQ

  •  14/10/2021

Para as instituições de ensino de todo o país, as olimpíadas científicas representam a chance de os estudantes avaliarem seu desempenho e conquistarem não apenas medalhas, mas também saberes diversos. As competições são dedicadas a diferentes disciplinas, e o objetivo é que os aprendizes percebam que serão laureados, à medida que tiverem um desempenho de referência em relação aos demais.

A Olimpíada Brasileira de Química foi realizada pela primeira vez em 1986, por iniciativa do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - USP, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ, ano em que contou com a participação de cinco estados. Na sequência, ficou suspensa durante alguns anos e ressurgiu em 1996, por iniciativa da Universidade Federal do Ceará - UFC, da Universidade Estadual do Ceará – UECE, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP, com o patrocínio da Petrobrás – Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste - LUBNOR e Editora Saraiva, tendo como responsável o Prof. Sérgio Maia Melo, num novo formato e dando origem ao atual Programa Nacional Olimpíadas de Química.

O Programa Nacional Olimpíadas de Química foi desenhado de modo a se constituir em um programa apto a promover a aproximação entre as escolas, a academia e a indústria, pautado na excelência das ações voltadas para a valorização da Química e capaz de influenciar a política pública, na formação de jovens vocacionados para essa ciência.

A Química é uma ciência natural e se constitui como uma das mais importantes áreas para o desenvolvimento científico, tecnológico e social. A partir dela o mundo mudou. A preservação do meio ambiente, a conservação de alimentos, a fabricação de embalagens plásticas, a sínteses de medicamentos, ligas metálicas e produtos saneantes, enfim o inimaginável é proporcionado pela ciência Química.

O programa superou as expectativas iniciais, indo além dos objetivos propostos e envolve hoje não apenas a Olimpíada Brasileira de Química – OBQ, mas também a Olimpíada Brasileira de Química Júnior – OBQjr, a Olimpíada Catarinense de Química – OCQ, outras olimpíada regionais e estaduais, cursos que complementam a formação de estudantes de escolas públicas, publicação de variado material didático e o processo de seleção dos estudantes que representam o Brasil na Olimpíada Ibero-americana de Química – OIAQ e na Olimpíada Internacional de Química (Internacional Chemistry Olympiad – IChO).

Os estados participantes da Olimpíada Brasileira de Química - OBQ são: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Atualmente o programa, recebe o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, da Associação Brasileira de Química – ABQ, da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados - ABICLOR e da Associação Brasileira da Indústria Química - ABIQUIM.

A Olimpíada Brasileira de Química – OBQ é uma competição dedicada a estudantes do ensino médio, de escolas federais, estaduais, municipais e particulares do Brasil. É composta de 02 (duas) etapas, a primeira formada por 03 (três) fases e a segunda etapa também com 03 (três) fases.
Na primeira etapa, as 02 (duas) primeiras fases (fase I e fase II) ficam sob a responsabilidade da coordenação estadual. A fase seguinte (fase III), de âmbito nacional, é constituída de exames teóricos, com questões do tipo múltipla-escolha e questões analítico-expositivas, podendo uma delas versar sobre técnicas laboratoriais, habituais para estudantes pré-universitários. Os exames são distintos para cada modalidade: Modalidade A (1ª e 2ª série ou 1° e 2° ano) e Modalidade B (3ª série ou 3° ano). No final da primeira etapa, os estudantes melhor classificados recebem medalhas e certificados de honra ao mérito ou dependendo de sua classificação somente certificado de menção honrosa, conforme regulamento específico.
Na segunda etapa, são avaliadas as habilidades em laboratório dos candidatos classificados (fase IV) e os 15 (quinze) estudantes de maior destaque nesta fase são convocados para participar do Curso de Aprofundamento e Excelência em Química, ministrado por professores do Curso de Pós-Graduação em Química de uma das universidades participantes (fase V). Após a conclusão do curso, os estudantes serão submetidos a uma nova avaliação (fase VI), de caráter analítico-expositiva, de onde se escolherá a equipe que representará o Brasil na Olimpíada Internacional de Química – IChO e na Olimpíada Ibero-americana de Química - OIAQ.

Em 2004, a Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, através dos cursos de Engenharia Química, Licenciatura em Química e Química Industrial, juntamente com o Conselho Regional de Química – CRQ 13ª Região engajaram-se na realização da Olimpíada de Química, nas suas etapas estaduais (Catarinense) e nacional, tendo como Coordenador o Prof. Gilson Rocha Reynaldo, pela UNISUL, e Coordenador Adjunto o E.Q. José Maximiliano Muller Netto, pelo CRQ XIII, dando origem em 2005 a primeira Olimpíada Catarinense de Química – OCQ, com um total de 560 (quinhentos e sessenta) alunos participantes.

A Olimpíada Catarinense de Química – OCQ é dedicada a estudantes matriculados na rede de ensino médio de todo Estado de Santa Catarina e é realizada em 02 (duas) etapas. A primeira realizada na própria escola inscrita e a segunda nas cidades polos definidas pela Comissão Estadual da OCQ. Os alunos inscritos são classificados em modalidades A, B e C, conforme os dados informados na inscrição. Os alunos melhor classificados recebem medalha de ouro, medalha de prata e medalha de bronze, com certificado de honra ao mérito, e menção honrosa para os que atingirem a média estipulada no regulamento específico. As instituições de ensino que obtiverem a maior pontuação através dos seus alunos classificados com medalha de ouro, prata e bronze, levando-se em consideração os pontos de cada medalha, recebem troféus de 1º (primeiro), 2º (segundo) e 3º (terceiro) lugares. A escola campeã recebe também um troféu itinerante, com posse definitiva para a instituição com 03 (três) títulos. Os 40 (quarenta) alunos melhor classificados da Modalidade “A” e “B” são automaticamente inscritos na Olimpíada Brasileira de Química - OBQ, a ser realizada no mês de agosto do ano subsequente.

Nos últimos anos a Olimpíada Catarinense de Química difundiu-se expressamente junto às instituições de ensino de todo o estado, contando com a participação, em média, de 15.000 (quinze mil) alunos em cada edição. Esse arrojado e árduo trabalho realizado por uma dedicada equipe resulta no despertar de novos talentos na área e no destaque da importância desta ciência para o dia-a-dia, para a humanidade e para a manutenção da qualidade de vida e do meio ambiente.

Atualmente a Olimpíada Catarinense de Química - OCQ, recebe o apoio da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, através dos cursos de Engenharia Química, Licenciatura em Química, Química Industrial e do Conselho Regional de Química – CRQ 13ª Região, através de seu projeto de apoio ao ensino da Química de seu Programa de Educação Continuada.

O ambiente competitivo das instituições de ensino ressalta a necessidade de cooperação entre os sujeitos. A aprendizagem cooperativa eficaz tem dois componentes principais: a interdependência positiva e a responsabilidade individual. Assim, considerando que as avaliações, como as propostas pelas olimpíadas científicas, são bem vistas pelos professores da educação básica, seria indicado que ações cooperativas em sala de aula fossem propostas. Nesse sentido, o estudante bem sucedido poderia auxiliar na busca de sucesso dos demais estudantes, numa interação face a face entre os aprendizes, desenvolvendo habilidades sociais e possibilitando aprendizagens derivadas dessa interação dos aprendizes.

Por fim, tem-se consciência de que ações de engajamento de estudantes e professores precisam ser buscadas, para que a Química escolar seja percebida como ciência que auxilia a entender o mundo e para que a apropriação do conhecimento químico propicie melhoria da qualidade de vida do homem e do planeta.


Comissão Organizadora

- Francielen Kuball Silva
Professora da Unisul - Campus Universitário de Tubarão

- Clóvis Goulart de Bem
Presidente do Conselho Regional de Química da 13ª Região - CRQ XIII

- Jonas Comin Nunes
Delegado do Conselho Regional de Química da 13ª Região - CRQ XIII - Regional em Tubarão

- Marcos Marcelino Mazzucco
Coordenador dos Cursos de Química da Unisul - Campus Universitário de Tubarão